A economista e conselheira do CORECONPR, Gina Paladino, apresentou as “Perspectivas da Economia Brasileira em 2017”, no dia 17 de março, durante o Fórum da Associação Paranaense de Imprensa – API, que teve como tema central “Perspectivas 2017 – Cenários e Oportunidades”. O evento que é realizado anualmente aconteceu no auditório da Associação Comercial do Paraná.
Ela destacou os últimos resultados da economia, em especial de 2016, que apresentou PIB negativo de 3,6 %, resultado pior do que era esperado pelos economistas. Com essa queda do ano passado, a recessão brasileira atingiu 7,2% em dois anos e a atividade econômica voltou ao patamar do ano de 2010.
Para a economista, houve um grande empobrecimento da população, com a diminuição do PIB per capita, que por três anos consecutivos recuou, acumulando perda de 9,1% desde 2014.
Gina Paladino ainda questionou se a queda rápida da inflação e as reduções de juros serão suficientes para a retomada da atividade produtiva e dos investimentos ainda neste ano. “Devemos destacar que as expectativas dos atores econômicos serão movidas especialmente pela credibilidade da política econômica num cenário político e institucional altamente perturbado. A política (e seus atores) tem jogado um papel muito relevante na economia e na vida do nosso país”.
Para ela, as expectativas ainda não são positivas, pois salvo a safra recorde de 220 milhões de toneladas que pode empurrar o PIB de 2017, a economia real enfrenta solicitações de falência e as quedas na produção industrial e na geração do emprego formal.
Quando aos dados divulgados pelo Boletim FOCUS do BC, que monitora as perspectivas do “mercado” sobre o crescimento da economia 2017, que aponta previsão de crescimento de somente 0,4%, ela diz que normalmente esta pesquisa é abrangente e realista, mas alerta que devemos esperar um resultado ainda menor.
Porém, disse que existe uma luz no fundo do túnel. “Há uma certa unanimidade entre as previsões do governo (Meirelles) e de diversos economistas da academia e consultorias quanto ao crescimento potencial do País, a partir de 2018, que deve ficar entre 2,0% e 2,5%”, observa a economista.
Gina Paladino ressalta que o crescimento sustentável de médio e longo prazo vai depender de vários fatores: continuidade da acumulação de reservas, superávit de contas públicas, elevação da competitividade industrial e produtiva, taxas de juros e de câmbio civilizadas, entre outras. “Este crescimento sustentável parece sempre inalcançável para nós, brasileiros”.