O 5º Encontro Paranaense de Economistas e Estudantes de Economia debateu em Curitiba o tema “Economia: Novos temas, novos tempos”.
Nos dias 15 e 16 de junho, economistas de grande notoriedade debateram os novos modelos econômicos, com ênfase na nova era industrial, a Indústria 4.0, destacando como o setor está se preparando, e a Economia Criativa, que está crescendo cada vez mais no mundo, sendo um importante nicho de atuação que surge para valorizar o processo criativo. Estes assuntos estiveram em discussão durante o 5º EPECO (Encontro Paranaense de Economistas e Estudantes de Economia), promovido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (CORECONPR), na FAE Business School. O tema central do evento foi “Economia: Novos temas, novos tempos”.
4% das indústrias do Paraná estão no processo de inteligência artificial e indústria 4.0
O economista da Federação da Indústria do Paraná (FIEP), Roberto Zurcher, falou sobre a “Indústria 4.0: a nova Revolução Industrial”, de como está ocorrendo este processo de inovação e os benefícios para o mercado. Essa 4ª revolução industrial, que ocorre a partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços, tende a tornar os processos de produção cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis, marcando uma nova era industrial, a das fábricas inteligentes.
Segundo ele, 4% das indústrias do Paraná estão começando a atuar no conceito de inteligência artificial e indústria 4.0. “É um conceito que vem duplicando a cada ano, é uma novidade, mas temos a certeza de que aquela indústria que não começar a utilizar essas novas formas de produção perderá a sua competitividade no mundo”, observa o economista da FIEP.
Essa nova revolução vai impactar diretamente no mercado, exigindo profissionais mais qualificados para operarem com essas máquinas e os processos produtivos tendem a ser mais baratos e personalizados para o consumidor. Por outro lado, terá como benefício mais segurança aos profissionais, pois muitas das atividades perigosas serão substituídas por robôs. “É uma mistura de novas tecnologias que criam robôs autônomos e colaborativos, máquinas inteligentes que se comunicam entre si e tomam decisões para fazerem produtos mais customizados ao gosto de cada cliente, ou seja, a produção de massa é abolida, de uma forma, de que você poupe os recursos naturais, não tenha defeitos e proteja os operários”, comenta.
Economia Criativa cresce no mundo
Um segmento do mercado econômico que está ganhando cada vez mais espaço é o da Economia Criativa, que se destaca como uma grande oportunidade de atuação para quem deseja empreender utilizando o seu capital intelectual e cultural para criar, produzir e distribuir bens e serviços que tem como base a criatividade. Este tema foi abordado pela economista e conselheira do Conselho Regional de Economia do Paraná (CORECONPR), Gina Gulineli Paladino durante o durante o 5º EPECO. O painel teve como debatedora a professora Claudia Machado – FAE.
Segundo Gina, o impacto da Economia Criativa no setor econômico mundial é alta, mas como muitos profissionais desse segmento atuam ainda na informalidade, não há como saber a sua proporção global. No Brasil, ela cita o estudo realizado pela Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan), em que os dados apontam que o segmento formal da Economia Criativa, já representa aproximadamente 3% do PIB brasileiro.
Ela destacou que nesta nova era pós-industrial, depois que as máquinas e computadores substituírem as pessoas, o que vai restar de diferencial para o ser humano, serão as ideias e a criatividade. “Nós enquanto empresas, países, regiões, vamos realmente competir. Porque as máquinas e os computadores serão transformados em commodities, e estarão cada vez mais baratas e descartáveis, mas o que vai nos diferenciar, em termos de competitividade e de valor agregado, serão as ideias e a capacidade criativa, que será essencial na sociedade pós-industrial”.
Painel Mulher Economista e outros
No painel Mulher Economista, ministrado pela economista e vice-presidente do Conselho Federal de Economia (COFECON), Bianca Lopes, tendo como debatedora, a economista Cleonice Bastos Pompermayer, professora da FAE, trouxeram uma reflexão sobre o papel dos economistas neste processo de transição para a Indústria 4.0. Além disso, Bianca apresentou um estudo realizado pelo COFECON sobre a Mulher Economista, para saber quem são elas, onde estão inseridas no mercado, o percentual por região e outros. Enquanto que, Cleonice ressaltou que este processo das fábricas inteligentes tende a ser positivo para as mulheres, pois elas são por essência, mais detalhistas. E neste momento de transição, a mão de obra feminina fará diferença, pois ela é mais sensível nos detalhes e a revolução 4.0 precisará disso.
Economia, Energia e Meio Ambiente
O superintendente da FUNPAR, Prof. João da Silva Dias, destacou a necessidade da sociedade passar a investir na energia renovável como a solar, eólica, hidráulica e biomassa, além de utilizar equipamentos com menor consumo de energia e de múltipla utilização.
Marcelo Ling Tosta da Silva, conselheiro do CORECONPR, falou sobre economia e meio ambiente, conexões cada vez mais presentes na sociedade. Segundo ele, a economia sustentável é uma área de atuação interessante para o economista, um nicho cada vez mais valorizado e requisitado, que permite a este profissional estudos sobre a valoração de danos ambientais e mensuração de seus impactos à economia, indivíduos e empresas.
Perícia e Auditoria Econômico-Financeiro
Uma das áreas que mais estão atraindo a atenção dos economistas é a de Perícia e Auditoria Econômico-Financeiro. Os economistas especialistas no assunto, Tiago Jazynski e Marcos Kruse, conselheiros do CORECONPR, fizeram uma apresentação sobre esta atividade, que permite ao economista, após realizar o curso completo, o ingresso no mercado de trabalho de perícia judicial e extrajudicial, bem como assistência técnica judicial e extrajudicial econômico-financeira.